Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O número de multas de trânsito aplicadas por desrespeitar a área de parquímetros (Zona Azul) em Santa Maria teve queda um ano após a entrada em funcionamento do carro cedido pela Rek Parking que fotografa as placas dos veículos para aumentar a fiscalização do serviço. No acumulado dos 12 meses antes do uso desse automóvel com câmeras (foto acima), tinham sido geradas 6.191 autuações de trânsito, enquanto que no primeiro ano após, o total caiu para 4.195 multas (32%).
Um alerta: a partir de agora, o veículo com câmeras deve intensificar a fiscalização, passando mais por ruas periféricas, onde menos motoristas costumam pagar o parquímetro.
Apesar de muita gente reclamar que a Zona Azul é só para arrecadar e multar, o número de autuações caiu com a entrada em funcionamento desse carro que lê placas de veículos. Ou seja, a arrecadação da prefeitura com multas também sofreu queda, de aproximadamente R$ 1,2 milhão, nos 12 meses anteriores à entrada em vigor do carro com câmeras, para R$ 820 mil nos 12 meses após o uso desse veículo para fiscalização. Desse valor, 90% ficam com a prefeitura, pois paga taxas para envio de multas.
A Rek Parking teve redução na arrecadação porque menos usuários estão estacionando sem colocar tíquete ou excedendo o tempo máximo, que gera notificação de R$ 14. Já notificação por usar tíquete vencido é de R$ 7 - todas têm de ser pagas em até 48 horas. A queda na arrecadação ocorreu porque esses valores são bem maiores que os pagos para usar o parquímetro regularmente, cuja tarifa é de R$ 1,80 por hora.
Segundo a Rek, o número de notificações pagas caiu de 6.302, em março de 2018, para 3.720, em março de 2019. Antes do carro com câmeras, o índice de pessoas que pagavam as notificações era de 40%, e subiu para 60% nos últimos 12 meses.
O carro com câmeras OCR (que lê placas) agiliza a fiscalização, pois antes era preciso que um fiscal da prefeitura fosse até cada veículo em situação irregular para fotografá-lo e dar a autuação que geraria a multa caso o motorista não passagem a notificação da Rek Parking em 48 horas. Com esse novo carro, o fiscal fica circulando pelo Centro e fotografando todos os veículos estacionados, registrando a prova da irregularidade para gerar a multa de mais infratores.
Se a fiscalização aumentou, como as multas diminuíram? Essa queda ocorreu por uma série de fatores. Segundo a prefeitura, nos primeiros meses em que o carro passou a fazer a fiscalização, o número de multas realmente cresceu e chegou a triplicar, o que fez os usuários da Zona Azul se darem conta de que precisavam respeitar as regras de estacionamento pago e rotativo. Com a fiscalização mais rígida, boa parte dos motoristas deixou de estacionar sem colocar o tíquete e cuidou mais para não extrapolar o tempo do parquímetro - esse maior respeito às regras fez o total de multas cair.
MAIS CARO E MAIS PONTOS NA CARTEIRA
Segundo o secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Rodrigo Herte, outros fatores contribuíram para a redução das autuações. Um deles é que as multas por desrespeitar o estacionamento em Zona Azul passaram de média para grave no país, aumentando o valor para R$ 195 e a pontuação para 5 pontos na CNH - antes da mudança e de um reajuste, o valor era de R$ 85 por infração média, que tinha 4 pontos. Outro fator é que aumentou o número de usuários do aplicativo Digipare, facilitando o pagamento. Também é preciso levar em conta que, no início deste ano, o veículo com câmeras teve problema e deixou de fiscalizar por um mês.
Após retomada de Operação Balada Segura, número de infrações diminui
- Isso tudo faz com que a finalidade do estacionamento rotativo seja respeitada. O princípio é dar vaga para todo mundo. Se tirasse a Zona Azul agora, todo mundo que trabalha no Centro estacionaria lá e não sobraria vaga para a população em geral - diz Herte.